domingo, 12 de julho de 2015

Dirigindo pela Europa

Oi gente!
Bom, como eu disse no último post, resolvi escrever sobre como foi dirigir por alguns países, cruzar algumas fronteiras e deixar algumas informações úteis... que não dá para encontrar tão fácil por aí!

Bom, esse é o mapa do trajeto que fiz com o carro, desde que saímos de Belgrado e devolvendo ele no mesmo lugar 30 dias depois. Lembrando somente que os endereços não são exatos, são somente as cidades pelas quais passamos!

Começando com informações importantes. Farol ligado para andar de carro na Sérvia, mesmo dentro da cidade. Você pode tomar uma multa se não estiver ligado... O pedágio na Sérvia funciona da seguinte forma: primeiro você passa por uma cabine e retira um tiquet. Quilômetros depois você vai passar por outra cabine e, dependendo do quanto você dirigiu até esta cabine é o valor do pedágio que você vai pagar. Infelizmente não lembro quanto paguei... mas pode usar cartão de crédito!

A primeira fronteira que atravessamos foi da Sérvia para Bulgária. A checagem de documentos foi tranquila, o guarda pediu meu passaporte e os documentos do carro. Depois você precisa parar em outra cabine para fazer o controle de bagagem, e foi aí que pediram pela primeira vez o passaporte do Johnnie, mas foi muito tranquilo também, quando o guarda viu que ele tinha o pet passaporte europeu nem quis olhar direito. Logo depois você começa a ver alguns trailers vendendo "vignete". Eu não sabia o que era isso... Então parei em um posto Shell e pedi ajuda para um cara que estava esperando por alguém dentro do carro. A "vignete" é um adesivo que você precisa colar no vidro do carro para poder circular pelas estradas da Bulgária. Existem para vários dias, eu comprei para 7 e paguei 5 euros. Nenhum guarda me parou na estrada para verificar... mas quando eu estava voltando da Turquia fui parada. E eles conferem a data inicial, porque quando você compra a pessoa do posto já faz a marcação correta, então assim que cruzar a fronteira já pare em algum posto para comprar isso!
Dirigindo na Bulgária sempre com o farol aceso também.

As únicas estradas da Bulgária que são boas são as Highways, mas muitas delas estão em reforma, então em alguns trechos você precisa desviar por dentro de cidades, em outro anda somente em uma pista, e existem muitos caminhões dividindo a mesma pista com você... As estradas que cortam as cidades e principalmente a que pegamos de Tatul para Svilengrad, que passa pelas Montanhas Ródope (or Rhodope Mountains), são incrivelmente ruins, cheias de buraco e sem nenhum posto de gasolina. Você pode dirigir uns 50km sem ver ninguém... Mas são as paisagens mais lindas que já vi!


Ah, todos os postos de gasolina da Bulgária têm frentistas, você só precisa ver o número da bomba que ele usou para abastecer o carro e ir pagar dentro da loja de conveniências. Vale sempre dar uma gorjeta para o frentista porque depois de dirigir nessas estradas cheias de terra, ter o seu vidro limpo vale muito a pena!

Próxima fronteira: Istambul. Bom, essa foi complicada... contei um pouquinho nesse post. Informação importante... os pedágios na Turquia são automáticos, todas as cancelas ficam sempre abertas com a luz verde piscando. Eu achei, logo que cheguei, que estavam com problema, ou porque era domingo ficavam liberadas... Não é bem assim... Eles têm uma tecnologia super avançada no pedágio, então para evitar problemas, assim que cruzar a fronteira procure um posto para comprar o sticker. Existem dois tipos: HGS e OGS. Pelo que eu consegui entender, turistas precisam comprar sempre o HGS, porque o OGS debita diretamente em conta corrente o valor do pedágio, mas você precisa ter conta na Turquia... Então se você, assim como eu, não tem conta na Turquia... vai de HGS mesmo.


Na hora de passar pelo pedágio, só diminuir a velocidade e passar no "corredor" do HGS.
Onde eu comprei: na agência do correio. Levei meu passaporte e o documento do carro, mostrei para a atendente (que não falava uma palavra de inglês) as três letras escritas em um papel e ela fez tudo. Paguei 35 liras turcas (30 de crédito e 5 pelo sticker). Este valor foi suficiente para todo o trajeto que dirigi dentro da Turquia e ainda sobrou quase 4 liras...
Em quase todos os postos da Turquia você vai encontrar frentistas. As estradas são simplesmente perfeitas. 160km/h em Highways de 4 e 5 faixas!

Para percorrer o caminho de volta da Turquia para Belgrado, dirigi uma média de 500km por dia. Aproveitei para passar novamente por Sófia, rever meus amigos, e levar o Johnnie para um checkup, porque depois de todas essas viagens ele já estava dando sinais de fraqueza... o estômago que não melhorava, vomitou várias vezes, problemas no olho...
Então achei, em Sófia, uma clínica incrível. Vou deixar aqui a dica. Os médicos falam inglês fluente e seu cachorro pode fazer todos os tipos de exames (o Johnnie fez até ultrassom!) lá.

E depois de Sófia, voltamos para Belgrado. Devolvi o carro e no dia seguinte partimos com um transfer particular, de uma empresa que eu já tinha utilizado (Gea Tours) para Timissoara na Romênia.

E aí começa uma nova e longa história... com reviravoltas no meio... mas fica para o próximo post!

beijos

domingo, 5 de julho de 2015

Pamukkale, Capadócia e mais...

Atrasada novamente... tivemos algumas mudanças drásticas de planos e decidi focar no tratamento do Johnnie (ele anda tendo vários problemas com os olhos... primeiro entraram dois espinhos, por causa disso ele teve uma infecção, depois o olho direito começou a fechar e tive que sair correndo da Romênia para Hungria e cá estamos, no pós operatório, tentando lidar com muitas mudanças...).

Bom, o último post foi sobre Istambul. Inicialmente passaríamos 7 dias, mas decidi diminuir para 5 já que precisava de tempo para dirigir até a Capadócia (afinal, se você está de carro na Turquia precisa ir até lá e voar de balão!). Acabei dirigindo os 650km que separam Istambul de Pamukkale em um dia, e tivemos uma tarde a mais para aproveitar o hotel. Momento fica a dica: o hotel que ficamos é excelente, 5 minutos da entrada do parque. O dono é super simpático e o café da manhã e jantar são excelentes! Fez muito, muito calor os dias que ficamos lá... sair com o Johnnie era impossível... só de manhã cedo e de noite. Um passeio que eu queria fazer também era para Aphrodisias... o antigo templo da deusa do amor! Então saímos cedo de manhã, sem gps (porque ele não encontrou o caminho), e com um mapa inicial do google maps (que morreu na metade do caminho já que estávamos entre montanhas e sem sinal...). Não há sinalização, nada! Quando começamos a subir as montanhas o sinal do Ipad sumiu... então vi uma placa, entendi que estava no caminho certo, e continuei. E em todas as bifurcações seguintes, sem nenhuma indicação, eu esperava encontrar alguém pelo caminho para perguntar. Óbvio que ninguém falava inglês... mas consegui entender todos os sinais e indicações que me fizeram com as mãos. E depois de 96km e duas horas, chegamos!
Ah, o caminho (não posso nem chamar de estrada!) é simplesmente maravilhoso...  As cabras... estavam sempre dividindo espaço com os carros... :) 


Por algum motivo, que não sei qual, tive que parar o carro em um estacionamento fora do parque, e pegar um pequeno trem (movido por um trator) até a entrada... 5 minutos apenas. Quando você estiver lá, pegue o audio guide. Custa quase o mesmo preço da entrada no parque, mas as explicações são ótimas e você entende que aquele espaço na verdade não foi só um templo... acabou virando uma cidade, com parque, casas, teatro... É realmente lindo!






Existe um museu dentro do parque, que guarda a estátua de Afrodite que ficava no templo... infelizmente não pude entrar com o Johnnie. Mas em todo o resto do parque cachorros são aceitos!

No dia seguinte fui curtir as piscinas de Pamukkale. Nem cogitei de levar o Johnnie já que tinha lido que toda a caminhada para subir o morro é feita com o pé na água, e o medo de escorregar e levar o Johnnie junto para dentro da água era grande... No final das contas foi super tranquilo. Conheci dois brasileiros no hotel e fomos fazer o passeio juntos. Logo depois da entrada você tem que tirar os sapatos e subir o morro andando pela água. Não é escorregadio... a formação rochosa é cheia de ranhuras formadas pela água, e isso faz a caminhada ser muito tranquila.


Pamukkale significa "castelo de algodão" em turco. E parece que você está andando no meio de algodão mesmo... O lugar é formado graças aos locais térmicos por baixo do monte que criam um derrame de carbonato de cálcio, depois solidificado, vira mármore travertino!







No mesmo parque, você pode visitar a antiga cidade de Hierápolis, fundada no século II a.C. Confesso que não andei o parque todo, acabei vendo só o antigo teatro... o calor tava de matar!!!



Incrível imaginar como as estruturas estão relativamente em bom estado depois de mais de 2 mil anos!

No dia seguinte estávamos dirigindo sentido Capadócia! Eles iam voar de balão e eu acabei adiantando minha ida já que não queria voar sozinha (sim, estava com medo...). Chegamos na Capadócia depois de umas 5 horas dirigindo. E o lugar é incrível mesmo... me senti na novela Salve Jorge!




Ficamos na cidade de Goreme, onde fica o mais famoso Museu e de onde saem os vôos de balão. Li que é um pouco mais caro, mas super vale a pena, você está do lado de tudo. E passear no centrinho vendo as lojinhas é super legal!
Como cheguei um dia antes tive que arrumar um hotel para ficar, já que o meu estava lotado. Momento fica a dica nº2:  o primeiro hotel que fiquei é sensacional! Absolutamente tudo é muito bom. Então se você for para Goreme, este é o lugar para ficar. Fechamos o vôo de balão e uma "noite turca" diretamente com eles. Uma hora de vôo saiu 130 euros (no balão para 20 pessoas). Busra, a garota que fica na recepção, é simplesmente um doce. No final eu acabei passando o restante das noites no meu hotel, porque não consegui cancelar, mas ia lá só para dormir. Voltei todos os dias para visitá-la, jogar gamão e bater papo.


Memo, do hotel ao lado, é um cara muito divertido! Estava lá sempre para bater papo e jogar gamão! Passamos dias extremamente agradáveis!

Uma das coisas que eu esperava muito ver na Turquia eram os Dervishes. Monges que entram em estado de transe, girando no próprio eixo, em uma cerimônia religiosa. Então decidimos ver essa "noite turca", que incluía jantar, bebida, dervishes e danças típicas. A apresentação foi muito legal. Mas claro que foi muito turística... a mesma pessoa que fez a apresentação como dervishe se apresentou como sultão depois... :(
Mas super valeu a pena!



E no dia seguinte, cedo de manhã, ainda de ressaca de tanto tomar rakia, fui fazer o vôo de balão. 4 horas da manhã estávamos esperando o transfer para o lugar da decolagem. Confesso que até 600m de altitude estava tudo bem, quando chegamos a 900 eu não conseguia me mover muito, o que dirá chegar à beirada do cesto para olhar lá para baixo... Mas sobrevoar a Capadócia é uma experiência indescritível! Valeu cada minuto de medo! E vale dizer que o balão não sacode... nada! Super tranquilo!








Depois do vôo de balão, fui conhecer o museu a céu aberto de Goreme, onde ficam as casas nas pedras e as antigas igrejas com pinturas nas paredes (que infelizmente não tenho foto porque não era permitido...)
Cachorros são admitidos e o Johnnie foi passeando animado!



No dia seguinte, sem os dois amigos que já tinham partido para outra cidade, peguei o Johnnie e o carro e fui procurar alguns lugares que fazem parte do Green e Red Tour... Em sua grande maioria, vales.




É incrível como você pode ver algumas dessas casas nas pedras pelas estradas... abandonadas... mas são reais... não é um parque criado pelo ser humano!

Fomos conhecer também um outro museu aberto... o de Zelve. Uma verdadeira cidade! Ah, cachorros também são admitidos!








No dia seguinte foi momento de partir para mais uma aventura. Cidade subterrânea de  Kaymakli.
Não quis pagar um guia (que queria me cobrar 30 euros) então fui tentando pegar um pouco de explicações dos grupos que estavam à minha frente. Atenção: não indico este lugar para quem tem claustrofobia. Em determinados momentos você fica simplesmente parado no meio de duas paredes, com um grande grupo à sua frente e outro atrás, sem ter para onde correr! Em outros momentos você precisa andar agachado, porque o túnel não tem mais do que um metro de altura...




Esse foi definitivamente um dos passeios que o Johnnie mais gostou! Apesar de escuro e apertado, era bem fresco lá embaixo...

Saindo de lá, fomos conhecer Ihlara Valley. Um outro ponto turístico muito visitado. Infelizmente não passamos da entrada pois eu li que teríamos pela frente uma caminhada de 3km, e o Johnnie já não estava mais andando de tanto cansaço... não quis arriscar ter que carregar ele no colo... Mas a vista do alto é incrível!



E no dia seguinte o Johnnie amanheceu com o olho fechado... Quando vi que ele estava sentindo dor, enquanto eu tentava limpar, arrumei um veterinário em uma cidade do lado, que tirou de dentro da pálpebra inferior 2 espinhos... E esses dois espinhos causaram uma infecção, que começou a ser tratada no caminho de volta da Turquia para Belgrado, onde eu precisava devolver o carro.

Vou fazer um post sobre o caminho todo que dirigi, saindo e retornando para Belgrado... Logo mais estará disponível!

beijos