segunda-feira, 22 de junho de 2015

Turquia - Istambul

Estou muito atrasada com esse post... me desculpem... mas a Turquia é assim, uma loucura! Os dias foram passando, coisas acontecendo, e duas semanas se passaram!

A idéia original era de ficar com o carro e dirigir pela Bulgária e Romênia, mas a Turquia sempre foi um país que eu queria conhecer e chegar lá de trem ou ônibus é impossível, então não pensei duas vezes: fui dirigindo de Plovdiv na Bulgária, até Istambul. Dei uma parada no meio do caminho, perto da fronteira, para poder cruzar de manhã cedo. E mesmo assim não estava preparada psicologicamente para a entrada na Turquia. Primeiro, não sei porque o guarda resolveu me perguntar tantas coisas quando eu estava saindo da Bulgária... me fez mais perguntas do que quando eu entrei! E aí começou a confusão... o espaço estava totalmente em reforma, então você simplesmente não sabe onde ir com o carro, não tem nenhuma indicação! Então fui seguindo um outro veículo até que me vi passando por uma cabine. Imaginei eu que ali já começariam os interrogatórios, mas o guarda só me mandou fechar os vidros e seguir... não entendi... até que vi que teria que passar por um aparelho de descontaminação! (sinceramente nada aconteceu... mas o medo de ser intoxicada com algo rolou!!!). Depois do aparelho de descontaminação parei efetivamente na cabine de controle, com um guarda que não falava uma palavra de inglês. Me pediu os documentos do carro, entreguei. Depois me pediu o "green card" (fiz a mesma cara que você deve estar fazendo agora: isso não é lá nos EUA?). Como não sabia do que se tratava ele revirou os documentos do carro e achou (é como se fosse o nosso licenciamento). Depois me pediu um seguro, e nesse momento quase morri porque pensei "Ana Carolina como você entra no país sem verificar que tinha que fazer um seguro?". Mas como não estávamos nos entendendo, ele continuou revirando os documentos do carro e achou (era o seguro do carro!). Depois fez questão de frisar que eu deveria retornar o carro no dia estipulado no contrato (importante ter isso em mãos também) e me mandou parar na próxima cabine: Controle de bagagem. Nesse momento meu estômago já estava nas costas pois eu tinha dentro da mochila uma linguiça e queijo que comprei em Plovdiv, e a placa na entrada da fronteira dizia que isso era proibido. E lá estava o Johnnie nesse momento para tirar completamente a atenção dos guardas e eles só apalparam minha mala... nada demais.. nem o passaporte do Johnnie olharam! Tempo total: 30 minutos. Essa foi, definitivamente, a fronteira mais difícil de cruzar de carro.

E depois disso saí dirigindo feliz da vida por entrar na Turquia! Mas ainda vinha a segunda parte, que eu também não estava preparada... o pedágio! Lindo de se ver, na Europa você paga com cartão de crédito, na Turquia não. Não existe ninguém. O pedágio é automático, você precisa ter uma espécie de "sem parar" colado no seu vidro. Eu só fui descobrir isso depois que passei por algumas cancelas (elas ficam abertas o tempo todo) e o alarme disparava loucamente. Ah, também não tem ninguém, nenhum posto de atendimento, polícia, nada!

Terceira parte que eu não estava preparada: o trânsito. Turcos dirigem como loucos, cortam pela direita, pelo acostamento, sempre andam acima do limite, adoram buzinar. E quando eu achei que nada mais me assustaria... Cheguei no apartamento que eu aluguei. O bairro era como uma Paraisópolis, Heliópolis, Morro do Alemão, sei lá, qualquer uma dessas favelas grandes... Eu escolhi um bairro bem perto do bairro que um amigo me indicou... 500m... mas a diferença de onde eu deveria ficar e onde eu escolhi era enorme. O Johnnie tinha medo de sair para andar porque as crianças vinham correndo e puxavam ele, apertavam ele, um dia achei que o olho dele fosse pular para fora! 

Bom, depois de tudo isso, lá estava eu, andando sozinha (nem passou pela minha cabeça tirar o Johnnie do apartamento e colocar para andar no meio daquela loucura que é Istambul!) pela cidade.



Infelizmente eu não consigo colocar aqui os cheiros da cidade... Andar em Istambul é sentir cheiro de comida o tempo todo, kebap, frutas, narguiles, simit (um pão turco, como se fosse um bagel, super fresco, com gergelim).  Esses carrinhos estão por todo lado vendendo simit:

                                                            

E você precisa comer tudo, experimentar os doces do Grand Bazaar, as frutas secas, até alguns temperos eu consegui pedir para provar! Mas o doce que agarrou minha alma foi o Kunefe. Adoro Baklava... Mas Kunefe é sensacional! É feito com aquele macarrão cabelo de anjo, assado numa calda de açucar, recheado com queijo salgado e por cima pistache! Entrou para a lista de doces que vou aprender como fazer!

Fui passear pelo Grand Bazaar e Spicy Bazaar no primeiro dia... embaixo de chuva. Mas eram os lugares que eu mais queria conhecer então não dáva para esperar!







Depois desse passeio, os dias que seguiram foram de caminhadas e caminhadas. Fui obviamente conhecer Hagia Sophia e Blue Mosque (com filas gigantescas!). Amei outra mesquita, mais afastada, Suleymaniye. Não preciso dizer que em todas tive que colocar uma espécie de burca para poder entrar e, claro que tentei tirar foto mas, como minha mãe disse, parecia que amarrei a toalha de mesa na cabeça, então vou deixar somente as fotos dos lugares...






Outro passeio fenomenal é para o Palacio Topkapi. Eu infelizmente deixei para o último dia, no período da tarde, e as filas eram tão gigantescas que em algumas salas não consegui entrar. Você pode visitar o Harem, ver o cajado de Moisés, a barba de Maomé, a sala do tesouro... mas de nada pode tirar foto, e é melhor nem tentar porque os guardas podem ser bem "incisivos"....







E quando você quiser dar um tempo na loucura de Istambul, só pegar um barco no pier de Kabatas e atravessar o Bósforo para o lado asiático. Uskar é uma delicia, silencioso, sem buzinas, vários cafés a beira mar...





E eu vou ter que terminar por aqui porque esse post já está enorme... Logo logo mais histórias sobre a Turquia!!!