Oi gente! Preparem-se... este post é longo!
Croácia vai ficando para trás... depois de
quase dois meses e 8 cidades, estamos de malas prontas para partir para a
Bósnia amanhã de manhã cedo, e espero que sem nenhum sufoco ao passar pela
fronteira ou entrar no ônibus com o Johnnie....
Algumas pessoas acompanharam como foi difícil deixar Bol e
continuar rumo à Dubrovnik. Eu confesso que ainda não sei o que me prendeu
tanto àquele lugar, só sei que ainda não consigo parar de pensar como gostaria
de estar lá... então quem sabe um dia, Bol, nos veremos novamente... Mas,
obstáculo superado, pegamos nosso catamarã quarta-feira passada com destino à
Split, para, de lá, pegar nosso ônibus para Dubrovnik. Primeira surpresa às 6
da manhã: Tinha que comprar um ticket para o Johnnie, por 25 kunas (se você
viaja de ferry não precisa pagar, mas tem que atravessar a ilha de taxi, que
custa mais ou menos 50 kunas, porque ferrys só param em Supetar). Até aí, ok...
tirando o fato que só descobri que tinha que pagar quando já estava subindo no
barco e tive que voltar correndo com a mega mala pesada e mais o Johnnie até a
bilheteria para comprar o ticket dele e ouvir o cara falar pra mim “merdas
acontecem” (continuo praticando o desapego à raiva e ao nervosismo...). Já
dentro do barco, já sentados, segunda surpresa: no catamarã os cães devem
viajar dentro de uma gaiola na parte superior do barco, completamente sozinhos!
A viagem dura uma hora... para mim durou 365 dias... enquanto todas as cenas do
meu cachorro abrindo aquela gaiola e correndo até cair em alto mar
passavam pela minha cabeça. E depois de uma hora, assim que o barco atracou, eu
subi correndo para salvar meu cachorro (claro que ele estava super bem, a
gaiola super fechada e tudo deu certo!). Tomamos um café naquela avenida à
beira mar em Split e fomos diretamente para a rodoviária comprar o ticket.
Essa é uma situação que venho lidando muito bem na Croácia
desde que começamos nossa viagem, e confesso que tive problema duas vezes
somente (em Pula, nos ônibus locais, e de Zadar para Split, mas um cara
me ajudou conversando com o motorista em croata e depois de ligar para a
empresa e confirmar, eu e o Johnnie pudemos embarcar). O grande lance é que não
existem regras... Então o seu pequeno cachorro será autorizado a viajar pelo motorista... se ele for com a sua cara, ótimo... senão... perde seu ticket
ou deixa para comprar em cima da hora... E foi o que eu tive que fazer em Split
porque a digna senhora do guichê não quis me vender o bilhete enquanto não
tivesse a confirmação do motorista que eu poderia embarcar. Então, faltando 10
minutos para o ônibus sair, fiz aquela cara de gente boa, simpática, botei o
Johnnie na mochila e fui falar com o motorista... A simpatia em pessoa, sorriu
e me mandou correr para comprar o ticket. E assim, depois de longas 5 horas
(mas com paisagens belíssimas) chegamos em Dubrovnik!
O Studio é bem legal, para uma pessoa ou um casal... com o
Johnnie ficou um pouco difícil porque o quarto é pequeno, não tem espaço
para ele brincar. A sorte é que temos um terraço, compartilhado, mas fiquei
brincando com ele lá e tomando sol então no final tudo certo! Os donos são
super simpáticos! Um dia ganhei até almoço... hahaha... Em Bol ouvi que viajar
de mochilão acaba deixando a pessoa um pouco maltrapilha... Aqui me deram de
comer... tudo bem, tô economizando dinheiro com roupa e comida!!!
O que é realmente necessário, porque, prepare-se para gastar
aqui em Dubrovnik... É definitivamente a cidade mais cara da Croácia. Ouvi como
justificativa do motorista de taxi (que cobra 100 kunas para percorrer 2,5km da
estação rodoviária até meu apartamento – detalhe, em Zadar eu paguei 40 kunas
para andar 3km!) que Dubrovnik vive do turismo, e que como eles trabalham
somente 7 meses do ano, precisam cobrar mais para compensar (ainda bem que as
outras cidades da Croácia que também vivem do turismo não pensam desse
jeito...).
Mas tudo bem... o lugar é muito bonito. Tenho certeza que é
a estrutura mais bem preservada que existe, dado todo o histórico de
participação de Dubrovnik na Guerra da Yugoslávia (coisa recente... 20 anos...).
Passei 3 dias inteiros aqui e fiz mais passeios pela parte antiga, ou o centro,
sem entrar em muitos museus... A maioria deles cobra 40 kunas (e depois que
entrei no primeiro e vi fotos de soldados que morreram na guerra, desisti...).
Tentei andar no teleférico ontem e hoje mas estava ventando muito e fecharam...
Pensando em começar a ganhar dinheiro com ele... hahaha |
Então sexta-feira cedo fui visitar um forte ao lado dos
muros da cidade velha... a fortaleza que protegia Dubrovnik. Amei! Uma vista
espetacular, ninguém lá dentro (tenho percebido que estou tentando evitar a
grande massa de turistas que passa por cima de todo mundo só para tirar
fotos...), e de quebra ainda encontrei uns bancos pela subida para dar
aquela descansada... Ah, além de gastar horrores seu dinheiro, prepare-se para
gastar também os joelhos... aqui tudo é sobre subir e descer escadas!!!
Fomos no veterinário também, porque como estamos deixando a
União Européia para entrar na Bósnia, o Johnnie precisa de um certificado de
saúde e um “carimbo” do veterinário no passaporte dele. Momento fica a dica
(duas vezes): a veterinária é meio bruta, mas gente boa e super atenciosa. Se
você estiver em Dubrovnik e precisar, pode ir lá. E para chegar lá, se você não
estiver com um carro alugado, vai precisar de um taxi porque aqui os cachorros
não são admitidos nos ônibus locais, e os taxistas também não gostam de levá-los,
então vou deixar a indicação do taxista, super simpático, fala inglês, e não se
importa de levar cachorros (pequenos e médios...).
Fui conhecer também um lugar um tanto quanto interessante.
Ouvi falar disso em Bol então já cheguei aqui procurando. O lugar chama “Lazaret”,
ou estação de quarentena. É um prédio gigante, do lado do antigo porto, onde as
pessoas eram deixadas em quarentena quando vinham dos navios na época da Peste Negra. Atenção para a
vista que eles tinham:
Hoje resolvi ficar no terraço tomando um sol, aproveitando o
último momento com biquíni (porque daqui em diante teremos somente cidades sem
praia no roteiro) e tomando minha cerveja. Mas não pense que foi um dia
perdido... na verdade eu estava esperando ansiosamente a chegada das 14:00!
Ontem, conversando com o dono do apartamento, eu disse que partiria da Croácia
sem, infelizmente, experimentar o tal “cordeiro cozido embaixo do sino” (sino é
o formato da tampa usada para fechar o pote em que a carne é assada lentamente
por algumas horas...). E ele, amigavelmente, se ofereceu para dividir o prato
comigo (eles não fazem prato para uma pessoa... somente para duas... 1kg de
carne... tinha que dividir né?). Como a carne cozinha lentamente, você tem que
pedir com antecedência... não é fast food, é para aproveitar o momento... Então
eu fiquei aqui, tomando sol e cerveja, e esperando. Até que ele chegou!!!!
E eu fui a criança mais feliz do planeta! Quando eu digo que
não amo a comida francesa as pessoas acham que sou louca e não sei apreciar
coisas boas. Eu gosto, eu sei. Mas ela é tão requintada e leve, que acaba sendo
tão sem vida, tão sem alma, que não me agrada. Mas esse cordeiro não!!! Dava
para sentir cada um dos temperos, a maciez da carne, a batatinha cozida sem
estar mole... E ganhei até um pouco de vinho (de Bol, porque eu disse que tinha
adorado os vinhos de lá!) do dono do apartamento.
Então eu fechei meu ciclo na Croácia muito feliz! Eu comecei
a viagem querendo encontrar razões para voltar a crer no ser humano. E
definitivamente eu encontrei aqui! Gente de verdade, é disso que esse país é
feito. Problemas e coisas ruins? Encontrei também ... mas a parte boa supera
então para que prestar atenção na parte ruim?!?!?!
É isso gente, próximo post estaremos na Bósnia!
Beijos
Lazaretos eram onde ficavam os leprosos, isolados. Por isso a expressão "lazarento", que é carregada de um estigma muito grande. Fiquei com água na boca desse cordeiro, hein? Acho que vc tem que recolher algum dinheiro com o Johnnie com o seu chapéu! ahahahaha
ResponderExcluirAí mãe você tem mais conhecimento do que o wikipedia! Pq lá no lugar não tinha info nenhuma, aí fui atrás do wikipedia e falaram só da peste negra....
ExcluirNa figura nº 10, no alto do morro, é um cemitério? Já pensou subir tudo isso? É para se despedir do morto com bastante tempo....
ResponderExcluirNão é não... É o cable car! Ele pára lá em cima... Onde eu tentei ir mas tava ventando muito e não funcionou!
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